Seleção estreia no Pré-Olímpico por chance de tricampeonato inédito em Paris-2024

O Brasil pode ser o primeiro país a conquistar um tricampeonato olímpico em sequência no futebol masculino, mas para isso, claro, precisa estar nos Jogos de Paris-2024. O evento ocorrerá entre 26 de julho e 11 de agosto, na França. E a Seleção Sub-23 começa a saga em busca da vaga nesta terça-feira (23), no Pré-Olímpico da Venezuela.

A estreia será contra a Bolívia, às 17h (de Brasília), no estádio Brígido Iriarte, em Caracas. O Brasil está no Grupo A, que já teve rodada no fim de semana. Os bolivianos empataram com a Venezuela em 3 a 3 e o Equador bateu a Colômbia por 3 a 0. O jogo terá transmissão pelo SporTV.

Ouro em 2016, no Rio, e em 2021, em Tóquio, o Brasil pode igualar Hungria e Grã-Bretanha com três títulos, mas se fizer isso será o primeiro a país a conquistar um tricampeonato em sequência.

Os britânicos ganharam em 1900 (Paris), 1908 (Londres) e 1912 (Estocolmo), mas foram interrompidos em 1904 (Saint Louis-EUA) pelo Canadá. Já os húngaros ganharam em 1952 (Helsinque) e depois em dobradinha em 1964 (Tóquio) e 1968 (Cidade do México).

Outras duas Seleções têm bicampeonatos seguidos além de brasileiros, britânicos e húngaros: o Uruguai, em 1924 (Paris) e 1928 (Amsterdã) e a Argentina, em 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim).

Quatro edições seguidas presente

A última vez que o Brasil ficou fora do futebol masculino em uma Olímpiada foi em 2004, em Atenas. No Pré-Olímpico, disputado na Colômbia, a Seleção entrou como favorita com uma geração talentosa liderada por Robinho e Diego Ribas, mas caiu para Argentina e Paraguai na fase final.

Depois disso o Brasil se qualificou para todas as quatro edições seguintes. Em 2016, como país-sede, não precisou jogar um qualificatório. Para Pequim-2008 e Londres-2012 a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) mudou o sistema de classificação e, em vez de organizar um Pré-Olímpico específico Sub-23, deu ao Sul-Americano Sub-20 o peso de garantir dois times do continente na Olimpíada.

O Pré-Olímpico voltou a ser organizado como um torneio solo para Tóquio-2020, edição adiada para 2021 por causa da pandemia de Covid-19.

O time

Ramon Menezes convocou 23 jogadores para a competição. No ataque terá os dois atletas que imaginou poder escalar quando definiu a lista: Endrick, do Palmeiras, e John Kennedy, do Fluminense. Como o Pré-Olímpico não está em uma Data-Fifa, os clubes não são obrigados a liberar os atletas.

Os paulistas não queriam ceder seu centroavante, mas no contrato de venda de Endrick ao Real Madrid tem cláusula que obriga cedê-lo à Seleção em caso de convocação. Outros atletas, como Robert Renan (Inter), Luan Cândido (Bragantino) e Andrew (Gil Vicente) acabaram sendo cortados porque não houve a liberação.

Ramon deve escalar a Seleção com três homens mais à frente, com Marquinhos, do Nantes-FRA, junto com Endrick e Kennedy, e Gabriel Pec, do Vasco, logo atrás deles no meio.

A Bolívia que estreou empatando por 3 a 3 com os donos da casa tem como comandante o técnico do time profissional, o brasileiro Antônio Carlos Zago.

Torneio Pré-Olímpico

O Brasil está no Grupo A com Venezuela, Colômbia, Bolívia e Equador. Já o Grupo B conta com Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Peru.

Formato

As dez Seleções foram divididas em dois grupos de cinco. Os times se enfrentam dentro das chaves, com quatro partidas para cada. Os dois primeiros colocados se classificam para a fase final.

No quadrangular decisivo, os quatro times se enfrentam e os dois melhores colocados se classificam para a Olimpíada de Paris.

Brasil x Bolívia

Brasil

Mycael; Khellven (Marlon Gomes), Arthur Chaves, Michel e Kaiki Bruno; Bruno Gomes, Andrey Santos e Gabriel Pec; Marquinhos, John Kennedy e Endrick. Técnico: Ramon Menezes.