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América, Atlético e Cruzeiro darão férias coletivas de 20 dias aos jogadores devido ao coronavírus

Os três maiores clubes de Minas Gerais concederão férias coletivas de 20 dias aos jogadores e membros da comissão técnica a partir da próxima quarta-feira (1º de abril). Na noite desta quinta, América, Atlético e Cruzeiro tomaram a decisão após renião de 30 clubes com a Comissão Nacional de Clubes (CNC). A medida, válida para as Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, foi anunciada para diminuir os gastos das equipes durante a paralisação do calendário do futebol causada pela pandemia do novo coronavírus.

O período de férias irá durar até 20 de abril. Os outros dez dias restantes serão concedidas no final do ano de 2020 ou no início de 2021, adequadas ao calendário que se desenhará após o retorno da paralisação.

Agora, caberá aos clubes definir a parte mais espinhosa, que trata de redução salarial. Os dirigentes alegam ser difícil manter as despesas enquanto não há campeonatos em andamento, principalmente pela falta de recursos com bilheteria e patrocínio. Por isso, cada equipe precisará analisar com os respectivos jogadores qual será o valor da redução e por quanto tempo valerá.

Os clubes da Série B informaram que no dia 15 de abril voltarão a se reunir para analisar o cenário do país com o coronavírus e definir novas medidas. O Cruzeiro informou que, se a partir do dia 15 de abril “não houver uma expectativa de retorno dos campeonatos, outras medidas serão deliberadas e poderão ser tomadas pelo clube”.

Tais medidas citadas pelo Cruzeiro, e que foram previamente acordadas pelos clubes da Série B, são a possibilidade de redução de 25% dos salários dos jogadores e da comissão técnica ou a suspensão, pelo período de paralisação, de todos os contratos de direito de imagem, “cabendo a cada clube individualmente analisar e observar as características próprias dos respectivos contratos para as consequentes suspensões”, diz um trecho do comunicado emitido pelos clubes.

Os times das quatro divisões nacional tomaram essa decisão após as seguidas negociações entre o Conselho Nacional de Clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) terminarem sem acordo. A maior divergência entre as duas partes é justamente a possível redução salarial e o tempo de férias coletivas.

As equipes que disputarão a Segunda Divisão nacional neste ano querem ainda uma intertemporada de 20 dias antes da retomada das competições. As diretorias se comprometem também a bancar os salários do mês de março.

Comunicado da Comissão Nacional de Clubes:

A CNC (Comissão Nacional de Clubes), órgão estatutário da CBF, porém de atuação independente, representando os clubes das Séries A, B, C e D do futebol brasileiro, informa que:

Realizou nesta quinta-feira, dia 26, com a representação de 30 clubes de todas as séries, por videoconferência, uma nova reunião para deliberar sobre a contra-proposta apresentada pelas entidades representativas dos atletas, diante da suspensão das competições por tempo indeterminado.

Levando em consideração o cenário de dificuldades que permanece no Brasil a partir das previsões das autoridades sanitárias, bem como a Medida Provisória editada pelo Governo Federal (Art. 6, 9, 11 e 12), os clubes não aceitaram a propostas feitas pelos atletas e de forma unânime resolveram e decidiram o seguinte:

1 - Concessão de Férias Coletivas de 20 dias a todos os atletas, no período compreendido entre os dias 1 de abril e 20 de abril de 2020, em consonância com a Medida Provisoria 927, de modo que os clubes - e somente eles - arcarão integralmente com a manutenção das atividades futebolísticas durante tal período;

2 - Garantia aos atletas do período de 10 dias restantes de férias no final do ano de 2020 ou no início de 2021, adequadas ao calendário que se desenhará após o retorno da paralisação;

3- Negociar individualmente com seus atletas e demais funcionários do departamento de futebol no que tange a outras medidas que possam ser adotadas no período de paralisação;

4- Seguir promovendo reuniões e debates ao longo dos próximos 20 dias para que possam implementar novas medidas em caráter de emergência caso seja necessário;

5- Aguardar novas medidas dos Governos Federal e Estaduais diante do estado de calamidade pública, para avaliar possíveis reduções em remunerações que possam ser estabelecidas;

A CNC esclarece ainda, que já enviou este comunicado à FENAPAF para que repasse aos sindicatos e aos atletas.

A CNC segue acreditando que o acordo coletivo a nível nacional seria o caminho ideal para a solução da grave situação econômica, mas infelizmente não foi possível, razão pela qual, os clubes optaram por manter sua posição de conceder férias a todos, preservando o calendário do futebol brasileiro, os regulamentos e consequentemente as receitas oriundas das competições, que fazem parte da base de remuneração de todos os profissionais do futebol.

Confira a nota emitida pelo Cruzeiro:

Cruzeiro concede férias para atletas e comissão técnica a partir de 1º de abril

Em consonância com os clubes que fazem parte da Série B do Brasileiro e após uma reunião realizada na tarde dessa quinta-feira, 26 de março, com a Comissão Nacional de Clubes, o Cruzeiro Esporte Clube informa as ações que tomará nos próximos dias, em função da paralisação dos campeonatos por causa da pandemia do coronavírus.

O Clube celeste concederá férias de 20 dias para os atletas profissionais e membros da comissão técnica a partir de 1º de abril.

Nos últimos dias o Cruzeiro já havia divulgado que está concedendo férias para a maior parte de seus funcionários, e somente permanecerão em atividade aqueles que não podem se ausentar no momento.

A partir do dia 15 de abril, se não houver uma expectativa de retorno dos campeonatos, outras medidas serão deliberadas e poderão ser tomadas pelo Clube.

Já o América reproduziu em seu site a nota emitida pelos clubes da Série B:

Os 20 clubes que integram a Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol Profissional, em conformidade com a Medida Provisória 927, de 22 de Março de 2020, diante da pandemia do Coronavírus (Covid-19), que causou o cancelamento de jogos, a paralisação de campeonatos e a recorrente perda de receitas que dificultam o cumprimento de suas obrigações sociais e financeiras, e do impasse na negociação entre o Conselho Nacional de Clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF), DECIDIRAM conjuntamente adotar as seguintes medidas:

1) A concessão de férias de 20 dias, prorrogáveis por mais 10 dias, a todos os atletas profissionais, membros de comissões técnicas e funcionários a partir de 1º de abril de 2020, em conformidade com o artigo 6º da Medida Provisória 927, de 22 de março de 2020. Salientamos que tal prorrogação dependerá de reavaliação do cenário e das condições de paralisação, sendo que tal item será definido em reunião entre os 20 clubes, no próximo dia 15 de abril de 2020;

2) Apesar das dificuldades impostas pelas paralisações das atividades, os clubes não medirão esforços e realizarão os pagamentos dos salários do mês de março/2020 integralmente. Porém, em se mantendo este cenário de paralisação após o período de férias coletivas, poderá ser necessário aplicar a redução de 25% (vinte e cinco por cento) na remuneração de todos os atletas profissionais, membros de Comissões Técnicas e funcionários durante o período que durar a paralisação, como preceitua o artigo 503 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em casos extremos e de força maior;

3) A suspensão, pelo período de paralisação, de todos os Contratos de Direito de Imagem, cabendo a cada clube individualmente analisar e observar as características próprias dos respectivos contratos para as consequentes suspensões;

4) Solicitar às Federações, Confederações e a todas as entidades que organizam campeonatos um período mínimo para condicionamento físico dos atletas de 20 (vinte) dias entre o término da paralisação e a realização de partidas oficiais; e

5) Colocar as dependências esportivas de todos os clubes à disposição das autoridades sanitárias e de saúde para a instalação de leitos, coleta de sangue, realização de exames e outras atividades que se façam necessárias para o auxílio no combate à pandemia e suas consequências.

Temos a absoluta certeza que as providências acima são estritamente necessárias para não haver um colapso financeiro com consequências muito mais graves e que contaremos com o apoio e a compreensão de todos os envolvidos.

Brasil, 26 de março de 2020.

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